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O PERDÃO, A MENTE E O CORPO

O perdão, a mente e o corpo

O PERDÃO, A MENTE E O CORPO é um post que pretende mostrar que os problemas físicos quase sempre estão relacionados com os problemas emocionais.

  • “artigo extraído da revista Super Saudável, publicação da Yakult do Brasil – Ano XX, nº 85, janeiro a março/2020 – escrito por Laura Bérgamo especialmente para a revista”.
  • Título original do artigo: “A IMPORTÂNCIA DO PERDÃO PARA A MENTE E PARA O CORPO”

PESQUISAS QUE ENVOLVEM OS EFEITOS DO PERDÃO

Pesquisas sugerem que o ato de perdoar pode beneficiar o sistema imune, a saúde mental e cardiovascular a qualidade do sono e a longevidade.

Um estudo do Luther College, nos Estados Unidos, publicado em 2011 no Journal of BehavioralMedicine, sugere que exercitar o perdão incondicionalmente pode levar os indivíduos a terem mais tempo de vida, se comparados com aqueles que só perdoam se o ofensor se desculpar.

Os benefícios do ato de perdoar foram confirmados pelo Centro Médico da Universidade Duk, também nos Estados Unidos, quando pesquisadores mostraram que portadores do vírus HIV que perdoaram sinceramente apresentaram maior nível de células CD-4 (linfócitos), principal alvo do vírus do sistema imunológico.

Além disso, um estudo publicado em 2014 no Journal of Health Psychology confirmou que o perdão protege do estresse em longo prazo e melhora a qualidade da saúde mental.

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A SAÚDE E O PERDÃO

O ato de perdoar também pode trazer outras grandes recompensas para a saúde, por reduzir os riscos de ataque cardíaco, melhorar os níveis de colesterol e a qualidade do sono, diminuir a dor e a pressão arterial, e reduzir o risco de ansiedade, depressão e estresse.

Para que seja possível substituir as emoções negativas por positivas, a construção sugerida por Robert Enright, professor titular de Psicologia da Educação pela Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, e pesquisador pioneiro em Ciências Sociais na Psicologia do Perdão, envolve ver o ofensor com compaixão, misericórdia e, possivelmente, amor, sentimentos que levarão o ofendido a oferecer o perdão e, assim dar início ao processo de cura daquela mágoa.

  • “As pessoas perdoam quando abandonam voluntariamente o ressentimento e as respostas correlacionadas às quais têm direito, e tratam de responder ao agressor baseadas no princípio moral da beneficência, que pode incluir compaixão, generosidade e amor moral ao qual o agressor, devido à natureza agressiva de seus atos, não tem direito.
  • No entanto, a atitude não equivale a um perdão legal ou a encontrar desculpas, reconciliar-se automaticamente, esquecer ou abandonar a busca da justiça”, afirma.
O Perdão , a Mente e o Corpo - Frase de Tertuliano
O Perdão, a Mente e o Corpo – Frase de Tertuliano

OS EFEITOS DO PERDÃO SOBRE A MENTE

O professor, que também é fundador do International Forgiveness Institute, acrescenta que indivíduos dispostos a perdoar podem reduzir significativamente os níveis de raiva, ansiedade e depressão psicológica, além de aumentarem o senso de esperança para o futuro e a autoestima.

Um estudo conduzido pelo especialista e colaboradores com pacientes cardíacos submetidos à terapia do perdão mostrou que esses indivíduos apresentaram maior fluxo sanguíneo no coração, se comparados ao grupo controle que fazia o tratamento tradicional para a saúde cardiovascular.

No Brasil o estudo “Avaliação da disposição para o perdão em pacientes com infarto agudo do miocárdio”, conduzido pela psicanalista e mestre em Ciências da Saúde Suzana Avezum, confirma que pessoas com mais dificuldades de perdoar estão mais predispostas a sofrer um infarto. A pesquisadora elaborou dois questionários, que foram respondidos por 130 pacientes.

AS DOENÇAS E O CORPO

Desse grupo, metade não apresentava qualquer doença cardiovascular, enquanto os demais já tinham infartado, com maior ocorrência entre aqueles com dificuldade tanto de perdoar quanto de pedir perdão.

A autora explica que o organismo humano está preparado para reagir de maneira defensiva a uma situação de perigo, com respostas fisiológicas. Se o indivíduo é exposto a essa situação por um longo período, acaba agredindo o próprio organismo de maneira constante, gerando um meio propício para o aparecimento de enfermidades.

  • “Freud ensinou que o inconsciente não tem calendário ou relógio. Então, tudo que fica guardado ali é vivido como se fosse aqui e agora. Quando um indivíduo se recorda da situação que o machucou e que foi injusta, vai viver todos os dias aquela mesma  situação. Chega uma hora que o organismo adoece, e cada um vai ter seu ponto frágil para adoecer, ensina.

As pessoas podem desenvolver infarto, câncer, diabetes e muitas outras doenças. Mas, se o indivíduo conseguir se desvencilhar dessas memórias e renunciar a essas lembranças, o organismo estará livre dessa produção de hormônios estressores e substâncias que vão afetar sua fisiologia.

Quando está dentro dos níveis normais, o cortisol – conhecido como “hormônio do estresse”– auxiliará o organismo a manter os níveis de pressão arterial, reduzirá inflamações e permitirá ao sistema imune funcionar de maneira correta.

No entanto, o indivíduo que continua a experimentar sentimentos de raiva e ressentimento será levado a uma constante sensação de ansiedade e apreensão, como se a ofensa estivesse prestes a se repetir e, neste caso, sensações de cansaço e fadiga também são comuns.

Citação de Mahatma Ghandi – Frase sobre o Perdão
O Perdão, a Mente e o Corpo – Frase de Mahatma Ghandi

ASPECTOS CONCEITUAIS RELATIVOS AO PERDÃO E A MENTE

O mestre em Psicologia aplicada pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em Minas Gerais, Rodrigo Gomes Santana, autor do estudo “Aspectos conceituais do Perdão no Campo da Psicologia” ressalta a importância de dissociar o perdão de um novo contato com o ofensor.

  • “Acho importante que as pessoas, quando pensam em perdão, possam entender que cada um tem seus limites, e que perdoar não é o mesmo que reconciliar. O indivíduo pode perdoar para eliminar as sensações negativas e beneficiar a saúde, mas não necessariamente volta a estabelecer qualquer relacionamento com o agressor”, opina.

A ANAMNESE E O PERDÃO

Para auxiliar neste processo de perdão, a psicanalista Suzana Avezum sugere aos profissionais da saúde questionarem, durante a anamnese, se o paciente tem ideia de quais problemas provocaram sua doença. Assim, ao perceber que há uma questão emocional envolvida, o médico poderá orientar o paciente a perdoar seu agressor ou, se julgar mais conveniente, encaminhá-lo a um especialista.

  • “Quando submetidos a essa abordagem, na maior parte das vezes os pacientes relatam histórias de mágoas e ressentimentos, de lembranças muito negativas ou de circunstâncias da vida que associam o seu adoecimento. Ao ajudar a minimizar essas sensações ruins, certamente os médicos estarão auxiliando seus pacientes a terem mais saúde física e mental”, acentua.

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