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VIDA E OBRA – GIBRAN KHALIL GIBRAN

Vida e obra Khalil Gibran

VIDA E OBRA – GIBRAN KHALIL GIBRAN é  um post que pretende apresentar uma pequena amostra de assuntos, desse excelente pensador, expostos no livro O PROFETA.

A tradução e a apresentação é de MANSOUR CHALLITA, a editora é ACIGI – Associação Cultural Internacional Gibran – e, a edição é de 1978.

UMA BREVE BIOGRAFIA DE GIBRAN KHALIL GIBRAN

GIBRAN KHALIL GIBRAN nasceu em 6 de dezembro de 1883 e morreu em 10 de abril de 1931.

Foi escritor e pintor.

Em 1894 emigra para os Estados Unidos da América.

1898 – 1902 – Volta ao Líbano.

1902-1908 – Volta para Boston nos Estados Unidos.

1908-1910 – Vai para Paris.

1910 – Volta a Boston e, logo após, muda-se para Nova York, onde permanecerá pelo resto de sua vida.

INTRODUÇÃO

Certamente, a grande maioria de vocês já conhecem ou ouviram falar de GIBRAN KHALIL GIBRAN.

Também é certo que muitos já leram algum livro seu.

Li alguns, não todos, mas cada vez que os releio me delicio com o que escreve esse maravilhoso pensador.

Ultimamente, tive vontade de reler O PROFETA, e cada vez mais descubro coisas em que não havia pensado ou entendido ainda.

Por isso, resolvi partilhar com vocês a alegria desses momentos de leitura.

Espero que, assim como eu, vocês também apreciem.

LIVRO: “O PROFETA” DE GIBRAN KHALIL GIBRAN

Vamos falar sobre os três temas do livro “O Profeta” de Gibran Khalil Gibran.

SOBRE O AMOR

VIDA E OBRA DE GIBRAN KHALIL GIBRAN - a imagem simboliza o amor entre duas pessoas , mas pode representar também o amor pelo próximo.
A imagem representa ao mesmo tempo o amor individual como o amor coletivo.

Então, Almitra disse: “Fala-nos do amor”.

E ele ergueu a fronte e olhou para a multidão, e um silêncio caiu sobre todos, e com uma voz forte, ele disse:

Quando o amor vos chamar, segui-o.

Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados;

E quando ele vos envolver com suas asas, cedei-lhe,

Embora a espada oculta na sua plumagem possa ferir-vos;

E quando ele vos falar, acreditai nele,

Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos como o vento devasta o jardim.

Pois, da mesma forma que o amor vos coroa, assim ele vos crucifica. E da mesma forma que ele contribui para vosso crescimento, trabalha para vossa poda.

E da mesma forma que ele sobe à vossa altura e acaricia vossos ramos mais tenros que se embalam ao sol.

Assim também desce até vossas raízes e as sacode no seu apego à terra.

Como feixes de trigo, ele vos aperta junto ao seu coração.

Ele vos debulha para expor a vossa nudez. Ele vos peneira para libertar-vos das palhas.

Ele vós mói até a extrema brancura.

Ele vos amassa até que vos torneis maleáveis.

Então ele vos leva ao fogo sagrado e vos transforma no pão místico do banquete divino.

Todavia, se no vosso temor, procurardes somente a paz do amor e o gozo do amor.

CONTINUANDO…

Então seria melhor para vós que cobrísseis vossa nudez e abandonásseis a eira do amor,

Para entrar no mundo sem estações, onde rireis, mas não todos os vossos risos, e chorareis, mas não todas as lágrimas.

O amor nada dá senão de si próprio e nada recebe senão de si próprio. O amor não possui e não se deixa possuir. Pois o amor basta-se a si mesmo.

Quando um de vós ama que não diga: “Deus está no meu coração”, mas que diga antes: “ Eu estou no coração de Deus”.

E não imagineis que possais dirigir o curso do amor , pois o amor , se vos achar dignos , determinará ele próprio o vosso curso.

O amor não tem outro desejo, senão o de atingir a sua plenitude.

Se, contudo, amardes e precisardes ter desejos, sejam estes vossos desejos:

“De vos diluirdes no amor e serdes como um riacho que canta sua melodia para a noite;

Desconhecerdes a dor de sentir ternura demasiada; De ficardes feridos por vossa própria compreensão do amor;

E de sangrardes de boa vontade e com alegria;

De acordardes na aurora com o coração alado e agradecerdes por um novo dia de amor;

De descansardes ao meio-dia e meditardes sobre o êxtase do amor; De voltardes para a casa à noite com gratidão;

E de adormecerdes com uma prece no coração para o bem amado, e nos lábios uma canção de bem-aventurança.”

SOBRE O CASAMENTO

VIDA E OBRA - GIBRAN KHALIL GIBRAN - Imagem representativa de um casamento entre duas pessoas.
Imagem representativa do casamento

Então Almitra falou novamente e disse: “E que nos dizes do Matrimônio, mestre?”

E ele respondeu dizendo:

“Vós  nascestes juntos e juntos permanecereis para todo o sempre.

Juntos estareis quando as brancas asas da morte dissiparem vossos dias.

Sim, juntos estareis até na memória silenciosa de Deus. Mas que haja espaços na vossa junção.

E que os ventos do céu dancem entre vós. Amai-vos um ao outro, mas não façais do amor um grilhão:

Que haja, antes um mar ondulante entre as praias de vossa alma. Enchei a taça um do outro, mas não bebais na mesma taça.

Dai do vosso pão um ao outro, mas não comais do mesmo pedaço.

Cantai e dançai juntos, e sede alegres; mas deixai cada um de vós estar sozinho.

Assim com as cordas da lira são separadas e, no entanto, vibram na mesma harmonia.

Dai vossos corações, mas não os confieis à guarda um do outro.

Pois somente a mão da Vida pode conter vossos corações.

E vivei juntos, mas não vos aconchegueis demasiadamente;

Pois as colunas do templo erguem-se separadamente,

E o carvalho e o cipreste não crescem à sombra um do outro.”

SOBRE OS FILHOS

VIDA E OBRA - GIBRAN KHALIL GIBRAN - Como um dos assuntos do texto é sobre os filhos a imagem representa uma família.
Como parte desse post fala sobre os filhos nada mais real do que uma imagem que mostra uma família.

E uma mulher que carregava seu filhos nos braços disse: “Fala-nos dos Filhos”.

E ele disse:

“Vossos filhos não são vossos filhos.

São os filhos e as filhas da ânsia da Vida por si mesma.

Vêm através de vós mas não de vós.

E embora vivam convosco, não vos pertencem.

Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,

Porque eles têm seus próprios pensamentos.

Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;

Pois suas almas moram na mansão do amanhã, que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.

Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós;

Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.

Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.

O Arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a Sua força para que Suas flechas se projetem, rápidas para longe.

Que vosso encurvamento na mão do Arqueiro seja vossa alegria:

Pois assim como ele ama a flecha que voa, também ama o arco que permanece estável.”

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