MILAGRE NA CELA 7 – O FILME é um post onde detalho três núcleos, que enfeitam o belo enredo desse filme. Em primeiro lugar, o núcleo da UTOPIA. Depois, o núcleo da DISTOPIA. Por último, o núcleo da SINERGIA.
NÚCLEO DA UTOPIA
CONCEITO DE UTOPIA
UTOPIA não é um regime de estado. Mas, apenas um modelo de corpo social perfeito. Ou seja, esse modelo serve de exemplo para regimes de estado onde domine o estado democrático de direito. Ademais, onde a lei está acima de tudo e de todos, sem exceção.
Onde todos são iguais perante a lei e, além disso, onde todos tenham seus direitos mantidos. Por fim, onde as instituições têm, de verdade, um pacto com o aumento do bem-estar de seu povo.
Em síntese, onde existe, enfim, paz e harmonia.
Por exemplo, o filme HORIZONTE PERDIDO, dá uma boa ideia do que seja essa UTOPIA. Por sua vez, a letra da música de abertura desse filme é perfeita quando aborda o tema da UTOPIA.
Finalmente, a música IMAGINE, de John Lennon, a música do filme O MÁGICO DE OZ – Somewhere Over the Rainbow e a música What a Wonderful Word cantada por Louis Armstrong dão a mesma ideia do que seja UTOPIA.
PROTAGONISTAS DO NÚCLEO DA UTOPIA
Fazem parte desse núcleo Mehmet Koyuncu, que chamarei de Memo. Ova Koyuncu, filha de Memo, que chamarei de Ova. Vovó Fatma e a professora Mine.
DESTAQUES DO NÚCLEO DA UTOPIA
COMENTÁRIO
Em primeiro lugar, é preciso lembrar que Memo, sua família e a professora são o exemplo típico do que seja um mundo utópico. Dessa forma, nesse mundo, saber que o direito de cada um termina onde começa o direito do outro é dever de todos. Da mesma forma, que o bem de todos está acima do bem de cada um. Ser humilde e simples nas relações entre eles, mais ainda. Por fim, a luta pelo bem-estar do outro, é uma das maiores condições desse núcleo.
De certo, vovó Fatma é quem lidera o núcleo. Ela é quem tem saber para entender os problemas de cada um. Porquanto, tem sempre um conselho útil a dar.
Mine, após a morte de vovó Fatma, passa a cuidar de Ova. Da mesma forma, procura entender os problemas de Ova e sofre com a dor de Memo. Acima de tudo, procura ajudar Ova na solução dos problemas que vão surgindo.
NÚCLEO DA DISTOPIA
CONCEITO DE DISTOPIA
Acima de tudo, DISTOPIA é um regime de estado que não é um modelo de corpo social perfeito. Por outro lado, onde não triunfa o estado democrático de direito. Logo, onde não existe justiça para todos perante a lei e, em assim sendo, alguns são mais iguais do que outros. Por fim, onde apenas alguns têm os seus direitos e garantias mantidos.
Portanto, onde não existe um pacto das instituições com o bem-estar de vida de seu povo. E, por fim, onde, não existe paz, nem harmonia, mas apenas conflitos.
Por exemplo, o livro 1984, de George Orwell, e os filmes da trilogia DIVERGENTE mostram todos os aspectos desse regime de estado.
LEI MARCIAL
Antes de tudo, é preciso lembrar que, onde rola a trama do filme, vigora a lei marcial. Essa lei, sem dúvida alguma, prima pela perda do estado de direito dos cidadãos. Ou seja, as leis e direitos civis são banidos.
Em suma, revogar os direitos básicos dos cidadãos são traços que pertencem a esse regime.
Dessa forma, o direito à própria defesa não existe. Assim, em caso de algum tipo de punição, não há chance de recorrer à justiça, em caso de algum tipo de punição.
Em outras palavras, o símbolo mais marcante desse regime é o controle de todos os seus cidadãos. Em suma, um guarda armado no caminho dos alunos da escola para casa, é o símbolo desse regime. Enfim, que vigia e oprime seus cidadãos.
SOBRE A HEIDI
Um caso típico, por exemplo, desse núcleo é o da mochila da Heidi.
Heidi é o nome de um livro que conta a história de uma menina órfã. Essa menina é levada pela tia a morar com seu avô um pastor de cabras, que vivia sozinho. É um dos livros mais vendidos do mundo, tendo sido vertido por mais de 50 idiomas.
UTOPIA VERSUS DISTOPIA
Dessa forma, fica claro que a ideia de um estado UTÓPICO e o regime de estado DISTÓPICO divergem em tudo. Por isso, existe um grande choque entre essas duas visões. O que revela a imensa falta de harmonia entre elas. Por fim, no filme, essas duas visões opostas se encontram. Vejam abaixo.
PROTAGONISTAS
O símbolo máximo do núcleo da DISTOPIA é o tenente-coronel Haydin Altinkaya.
Do mesmo modo, do núcleo da UTOPIA é Memo.
COMENTÁRIO
O tenente-coronel Haydin e Memo se encontram por três vezes no filme. E, por três vezes o tenente-coronel coage Memo. Sendo assim, os direitos civis de Memo não existem. E não pode fazer nada.
Em primeiro lugar, por causa da mochila da Heidi, Haydin dá um murro na cara de Memo. Ele, ferido, vai para casa sem reclamar.
Em segundo lugar, no caso da morte de Seda sua filha, o tenente-coronel, manda prendê-lo sem direito à defesa.
Quando Memo está preso, Haydin adentra a cela e o agride a socos e pontapés. Logo, Memo fica ferido.
Mata, pelas costas, o desertor que assistiu a tudo e isenta Memo de culpa no desastre.
Por fim, ordena que a morte de Memo fosse em praça pública para servir de exemplo aos demais cidadãos. Inclusive, que seja mostrado no jornal. O intuito disso é causar temor a todos antes das eleições.
NÚCLEO SINÉRGICO
CONCEITO DE SINERGIA
SINERGIA é o efeito que resulta da síntese entre duas ou mais ideias contrárias entre si. Por um lado, essa síntese opera com o que de melhor existe nas duas ideias. Por outro, rejeita o que elas têm de pior.
Não raro, o efeito que resulta dessa síntese é SINÉRGICO. Ou seja, tem um valor superior às duas ideias juntas.
PROTAGONISTAS DO NÚCLEO SINÉRGICO
Esse núcleo é formado, por todos os presos da cela 7. Outrossim, pelo diretor do presídio Nail Turan e por seu ajudante capitão Faruk.
COMENTÁRIO
De certo, quando os presos, dentre eles Memo, chegam à prisão são tratados de forma cruel. Memo foi quem mais sofreu.
Crendo no que lhe foi dito, o diretor o ameaça de morte. Por sua vez, o capitão Faruk dá um murro em sua cara.
O mesmo se deu quando os presos não deram crédito ao que lhes foi dito sobre Memo. Dessa forma, em conjunto, deram uma surra de pontapés em Memo, ainda deitado no chão, que ficou ferido.
Todavia, com o passar do tempo, todos foram vendo quem era Memo de verdade. E mudaram suas opiniões sobre ele.
O principal fato dessa mudança se dá quando Memo salva Askoroluz da morte, por um outro preso.
Inclusive, impede que Askoroluz mate o preso dizendo que aquilo era pecado. Askoroluz diz que Memo é inacreditável! No episódio, Memo leva uma facada.
Dois são os motivos dessa guinada de todos com relação a Memo. O primeiro, é a sua maneira de ser, pura e ingênua, incapaz de molestar alguém. O segundo, o número 7 na porta da cela.
O número 7 é o que responde pela sinergia entre duas versões distintas de um mesmo assunto. Portanto, aquele que busca novas soluções para velhos problemas.
Em primeiro lugar, o número 3 é o que dá origem ao número 7. Da mesma forma, é ele que responde pela formação de ideias novas e, ao mesmo tempo, pela rejeição de ideias velhas, em desuso. Em suma, um dos motivos da mudança de visão dos presos.
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OS PRESOS E SEUS PLANOS – MILAGRE NA CELA 7
O 4 é o número que, somado ao 3, forma o 7. Na mesma linha, esse número é o que responde por transformar essas ideias em um fato real. Como resultado, é o que os presos fazem.
Em suma, dois são os seus planos.
O PRIMEIRO PLANO
O primeiro, trazer Ova dentro da cela para que ela veja o pai antes que ele se torne vítima.
O líder desse plano é Askoroluz. Ele influencia todos os outros presos nesse sentido.
Ele pergunta:
– Quem foi um pai tão bom como ele?
– Quem nesta cela tem tanta consciência da paternidade quanto ele?
E conclui:
– É uma dívida da vida agora!
Em seguida, pede ao capitão para trazer Ova até a cela.
Sendo assim, Ova com seu carisma, cativa todos os presos na cela.
Dessa forma, é muito marcante lembrar que o modo de ser de Memo impacta, de forma positiva, a relação de Askoroluz com a mulher e com os filhos. Que, sem dúvida, não era boa.
O SEGUNDO PLANO
O segundo plano, tem origem em Iusuf Aga, mas Askoroluz ajuda até o fim, junto com todos.
Iusuf Aga é um preso isolado de todos os outros. Olha o tempo todo para uma árvore (?) na parede. Diz que essa árvore foi onde enterrou sua filha, de alma pura. Portanto, sua culpa é muito grande.
Pergunta para Hafiz, um outro preso:
– Para onde vai sua filha?
– Hafiz responde que ao paraíso.
Pergunta também:
– Se tem lugar no céu para ele.
– Hafiz diz que Deus age de formas misteriosas.
– Que Deus é misericordioso.
– Comenta que não pode ficar com sua filha no além.
– Hafiz responde que só Deus sabe.
– Tem certeza de que não que não pode viver nem dentro e nem fora da prisão.
– Hafiz tenta mostrar o contrário.
– Pergunta se ele é o único pecador ali.
– Conclui que se ele fez mal à sua filha, que saia dali para ajudar outras crianças.
A DECISÃO DE IUSUF AGA
Iusuf Aga diz que:
– Pela primeira vez, vê sua filha num sonho.
Sendo assim, ele tem uma ideia (número 3).
– Diz que é a sua palavra final.
Por certo, os presos, assim como o diretor Nail e o capitão Faruk, ficam perplexos!
Iusuf agora, quer colocar sua ideia em prática (número 4). Novas soluções para velhos problemas!
Assim, essa ideia vira um fato.
Iusuf morre no lugar de Memo (número 7).
Uma solução de esforços conjuntos, portanto, sinérgica.
Memo vai para casa e encontra Ova. O diretor entrega o único bem de Iusuf Aga, que se vitimou por seu pai, para Ova, que o guarda para sempre. Por fim, o diretor e o capitão Faruk ajudam Ova na fuga para outro local.
A caminho para outro lugar, Memo pergunta a Ova:
– Para onde vamos?
– Você não sabe de nada papai! Diz ela.
CONCLUSÃO SOBRE O MILAGRE NA CELA 7
Em resumo, esse é o milagre! A mudança de visão de presos-que nada têm de ingênuos-sobre o que vem a ser, por exemplo, justiça. Por fim, por causa dessa mudança, salvam um pai e sua filha, vítimas de um regime sem lei!
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